A falta de tendência continua presente no mercado internacional da soja e, nesta sexta-feira (20), os futuros da oleaginosa registravam ligeiras altas por volta das 8h30 (horário de Brasília). O contrato maio/14, referência para a safra brasileira, era cotado a US$ 13,06 por bushel.
Com a proximidade do final de ano, os investidores vêm se mantendo mais na defensiva, à espera de novas informações que possam aquecer os movimentos das cotações. Além disso, os fundos buscam agora as realizações de lucros para garantir bons resultados em seus levantamentos finais.
Além disso, o mercado já conhece a atual situação de aperto da oferta, principalmente nos Estados Unidos, frente à agressiva demanda mundial pela commodity. Paralelamente, os traders se vêem diante das expectativas para a nova safra da América do Sul e da espera pelo comportamento do clima durante o desenvolvimento das lavouras.
Na sessão desta quinta-feira (19), segundo Vinícius Ito, analista de mercado da Jefferies Corretora, o mercado conseguiu se recuperar de um ligeiro recuo registrado durante a sessão por conta do clima mais quente e seco na Argentina, o qual estaria reduzindo os níveis de umidade do solo, compromentendo o bom andamento da safra.
Para Liones Severo, a tendência é de alta para os preços da soja na Bolsa de Chicago nos próximos meses. O consultor do SIM Consult afirma que as recentes quedas dos preços atraíram os chineses de volta à ponta compradora do mercado, e isso deverá confirmar essa projeção altista para as cotações. “O patamar de US$ 13,50 agora está fora e o mercado deve se localizar entre o fim do mês e o início de janeiro entre U$ 13,70 e US$ 14,00/ bushel”, diz.
Severo afirma ainda que, cada vez, mais os boatos de que a China cancelaria compras de soja nos Estados Unidos perdem força e isso também é um fator positivo para a oleaginosa. “Os americanos ficaram se enganando com boatos de cancelamento (de compras da China) que nunca aconteceram e que não irão acontecer. Como o mercado caiu, os chineses voltaram a comprar soja americana e sul-americana com força”.
Para o consultor, os norte-americanos terão ainda que importar soja do Brasil para poder cumprir seus compromissos. “A escassez norte-americana é muito grande... A única solução será importar soja do Brasil, já que a Argentina é pouco exportadora. Isso vai trazer um ganho muito forte para a soja brasileira”, acredita.
Sobre o melhor momento para as vendas para o produtor brasileiro, Severo acredita que março será o mês ideal. “Os produtores de Mato Grosso fizeram muito bem ao vender a US$ 13,50, pois era um número muito disputado. Agora, os produtores que colhem mais tarde, como no Rio Grande do Sul e Paraná, têm tempo para esperar”.
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