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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O dólar abriu em leve baixa ante o real nesta terça-feira 3

 O dólar abriu em leve baixa ante o real nesta terça-feira, 3, mas logo nos primeiros momentos da sessão virou e passou a subir. A divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do terceiro trimestre, que veio abaixo do esperado, e a possibilidade de novas remessas de lucros e dividendos corporativos ao exterior pode dar combustível para uma nova desvalorização do real, de acordo com operadores do mercado.
A variação do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre foi de -0,5% ante o período imediatamente anterior, no piso das estimativas dos analistas. Mais uma vez, o consumo das famílias e os gastos do governo evitaram uma queda maior, com o investimento ainda patinando, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda de 2,2% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) foi a maior registrada desde o 1º trimestre de 2012.
Com esse cenário, cresce o receio em relação a um rebaixamento da classificação de risco do País por agências de rating no começo de 2014, o que estimula ainda mais a demanda por dólar. Por volta das 9h45 o dólar à vista no balcão subia 0,13%, a R$ 2,3610, enquanto no mercado futuro o dólar para janeiro avançava 0,25%, a R$ 2,3760.
As remessas de lucros e dividendos esperadas até pelo menos o dia 15 deste mês também devem movimentar a sessão, sustentando ainda os volumes financeiros. O economista Sidnei Nehme, sócio-diretor da NGO Corretora de Câmbio, afirma que a perspectiva para janeiro, fevereiro e março é de um dólar mais alto ante o real, devido à política monetária norte-americana e porque estamos enfrentando no País um fim de ano com fluxo negativo, sobretudo o financeiro.
Para o economista da NGO, o fator câmbio está sendo subestimado pelo mercado. "Os analistas de uma forma geral não estão considerando o fator câmbio nas perspectivas de inflação. Estão menosprezando o câmbio, que é um fator em aberto para 2014. Principalmente no primeiro trimestre, a taxa de câmbio poderá ser pressionada para cima e deve puxar os juros futuros, prevê. "O viés é de alta e deve se acentuar na medida em que Fed anuncie o início da redução de estímulos nos EUA", afirmou.

Diante dessa possibilidade, o mercado já especula se o Banco Central dará ou não continuidade em 2014 ao seu programa de oferta diária de dólares. A intenção da autoridade monetária quando anunciou esse programa em 22 de agosto último era a de injetar até este fim de ano um valor total aproximado de US$ 100 bilhões no mercado de câmbio, a fim de compensar a falta de fluxo cambial. 

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