A sessão regular desta quinta-feira (5) foi marcada, mais uma vez, por uma intensa volatilidade na Bolsa de Chicago. Os futuros da soja operaram durante quase todo o pregão em queda, porém, chegaram a registrar pequenos ganhos ao longo do dia, que nem mesmo chegaram aos dois pontos, mas terminaram os negócios em campo misto, com pequena queda para os primeiros vencimentos e os demais subindo.
Analistas de mercado afirmam que os fortes ganhos registrados pelas cotações nas últimas semanas têm estimulado os movimentos de realização de lucros já que não há novidades que possam estimular os negócios nem a operar com perdas mais intensas ou altas mais expressivas.
Segundo Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, o cenário configurado por uma oferta bastante ajustada nos Estados Unidos - única origem onde há soja disponível nesse momento - e uma demanda extremamente aquecidda já é conhecida pelo mercado e isso já vem sendo precificado.
Entretanto, as vendas norte-americanas continuam acontecendo em um ritmo recorde e mais de 94% do total projetado para exportação já foi comercializado. Com os números apresentados nesta quinta pelo USDA(Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) das vendas semanais de 802,5 mil toneladas, 37,5 milhões de toneladas de soja já foram comprometidas de um total de 39,5 milhões para todo o ano comercial. Entretanto, esse número ficou abaixo das expectativas do mercado para essa semana, de 900 mil a 1,2 milhão de toneladas, e também contribuiu para o recuo dos preços. As vendas de farelo e óleo de soja também ficaram aquém do esperado.
Assim, esse ainda sendo o principal fator de suporte para os preços, ou, ao menos, um limitador das baixas que, até esse momento, são consideradas técnicas pelos analistas. Isso porque os fundamentos permanecem positivos e ainda não há definições sobre a produção sulamericana, ou seja, não há argumentos suficientes, segundo os analistas, que pressionem o mercado com mais força.
O mercado observa agora também como se desenvolve a safra sulamericana. As condições de clima têm sido bastante favoráveis, com chuvas regulares e boas perspectivas para as últimas semanas de trabalho de campo. "Há a continuidade de chuvas regulares, o plantio se encaminha para a fase final, então, o fator safra da América do Sul limita grandes avanços no mercado internacional", diz Brandalizze.
Ainda de acordo com o consultor, a proximidade do final do ano também limita os movimentos por parte dos grandes fundos de investimentos. Frente à essa falta de novas informações, os traders vêm se mantendo mais na defensiva, procurando somente garantir melhores momentos de comercialização e resultados positivos. Com isso, o vencimento janeiro/14, sem força para subir mais ou pressionado por fatores de baixa, continua atuando entre US$ 13 e US$ 13,50 por bushel.
"Se não houver nenhuma novidade de clima, como seca ou alguma catástrofe, as quais não estão previstas, o mercado não deve mudar muito. E o grande importador, que é a China, vai continuar controlando as suas compras nesses momentos de pequenas baixas para não deixar o mercado subir muito", explica o consultor. Essa estabilidade, portanto, deverá se estender entre os negócios até meados de janeiro.
Milho - O mercado do milho, nesta quinta-feira, fechou no vermelho. Os futuros da commodity também tiveram um dia de volatilidade, chegaram a operar em queda, mas encerraram o dia do lado negativo da tabela. Analistas atribuem esse recuo dos principais vencimentos - que ficaram entre 2,50 e 3 pontos - às vendas semanais de soja que, assim como as da soja, ficaram abaixo das projeções. O volume foi de 593,6 mil toneladas, contra 1.007 milhão da semana anterior. As expectativas variavam entre 850 mil e 950 mil toneladas.
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