O dólar subiu na quinta-feira, 7, 1,05% em relação ao real, fechando cotado a R$ 2,306. Foi a primeira vez que a moeda americana ultrapassou a casa dos R$ 2,30 desde 6 de setembro, quando marcou R$ 2,307. O principal motivo para o movimento de ontem foram os dados positivos da economia dos Estados Unidos - o PIB americano teve expansão de 2,8% no terceiro trimestre, uma alta maior que os 2% previstos pelo mercado.
Esse avanço, apesar de posteriormente relativizado por alguns analistas, deu força ao dólar, em meio à percepção de que uma economia mais forte eleva a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) começar a reduzir seus estímulos dos EUA já em dezembro. Por essa lógica, se o BC americano diminuir suas compras mensais de bônus, haverá menos dólares no mundo, o que dá força à moeda americana.
O crescimento da economia americana provocou a alta do dólar em todos os mercados globais, mas, no Brasil, como vem ocorrendo nas sessões mais recentes, a pressão de alta foi superior à vista no exterior, em razão da desconfiança do mercado em relação à política fiscal do governo brasileiro. "O mercado está se antecipando à retirada de estímulos nos Estados Unidos. E o fluxo cambial que se esperava (para o Brasil) não se tornou realidade, porque o cenário ruim para o País é muito evidente", disse Sidney Nehme, sócio da NGO Corretora
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No pregão de ontem, a moeda americana até chegou a oscilar em baixa pela manhã, após o Banco Central Europeu (BCE) reduzir sua taxa básica de juros de 0,5% para 0,25% ao ano, favorecendo a busca por moedas como o real, mas o PIB americano fez o dólar ultrapassar os R$ 2,30 no balcão. Na mínima do dia, o dólar atingiu R$ 2,2730 (-0,39%) e, na máxima, marcou R$ 2,3070 (+1,10%), ajudado ainda por um fluxo de saída de dólares do País na reta final dos negócios. Da mínima para a máxima, a moeda oscilou +1,5%.
Fiscal
Desde o dia 29 de outubro, quando encerrou a R$ 2,181 no balcão, até hoje, o dólar já subiu 5,73% ante o real - ou o equivalente a 13 centavos. O movimento vem sendo sustentado principalmente pelo Fed, que deixou aberta a possibilidade de reduzir seus estímulos em dezembro, e pelos dados fiscais brasileiros, que preocupam o mercado. "O investidor estrangeiro está com medo, porque a desconfiança com o Brasil é grande. Então, quem tem dinheiro por aqui aproveita e sai", disse Mário Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.
Outro profissional, que preferiu não se identificar, disse que, durante a tarde, quando a moeda se aproximou dos R$ 2,30, ordens de venda foram disparadas no mercado futuro, ajudando no movimento. No fim do dia, o giro financeiro no mercado à vista, conforme a clearing de câmbio da BM&FBovespa, somava US$ 1,572 bilhão.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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