Já o
déficit em contas correntes deve ficar em 2,4% em relação ao Produto Interno
Bruto (PIB) este ano e subir para 3,2% em 2014. Esse déficit representa o saldo
de transações entre o Brasil e o resto do mundo.
O
relatório do FMI destaca que o Brasil ainda enfrenta problemas pelo lado da
oferta, que pode comprometer o crescimento da economia no médio prazo.
Preocupação
A
inflação alta no Brasil é uma preocupação, sobretudo por ocorrer em um momento
de baixo crescimento econômico, o que pode sinalizar que o país está próximo de
seu potencial, avaliou o economista do FMI para a América Latina, Thomas
Helbling.
Na medida
em que o crescimento econômico se acelere, Helbling destaca que a atual
política monetária do Banco Central pode ser questionada. "A inflação está
no topo da banda mais alta da meta, o núcleo da inflação está relativamente
elevado", destacou a jornalistas.
O
relatório "Projeção Econômica Mundial", divulgado nesta terça-feira
pelo FMI, observa que o Brasil enfrenta problemas pelo lado da oferta. Helbling
destaca que a infraestrutura é um dos principais gargalos, mas os investimentos
que vêm sendo feitos podem trazer algum alívio.
Outro
ponto que vem ajudando na recuperação da economia, depois do crescimento de
apenas 0,9% em 2012, é a melhora do mercado de trabalho, que tem aumentado a
renda das famílias e estimulado o consumo.
Alimentos
O FMI
prevê queda no preços dos alimentos e de outras commodities este ano, ajudando
a manter a inflação sob controle na economia mundial, de acordo com o relatório
"Projeção Econômica Mundial".
Em média,
os preços das commodities devem cair 2% este ano, em meio ao aumento da oferta
e sem demanda excessiva. Em relação aos alimentos, o relatório do Fundo fala em
redução de "mais de 2%" nos preços, sem citar um número preciso, por
conta da previsão de uma safra agrícola melhor e da expectativa de que não haja
secas como as que ocorreram em 2011 e 2012 ao redor do mundo e que fizeram os
preços subirem.
O FMI projeta
que os preços das bebidas devem cair 12% em meio ao aumento da produção no
setor. As únicas commodities que devem subir são as metálicas, com expectativa
de expansão acima de 3%, diz o relatório sem especificar o valor exato.
Os preços
em queda da maioria das commodities agrícolas devem contribuir para uma
inflação sob controle no mundo em 2013 e em 2014. Nos países desenvolvidos, o
índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) deve subir 1,7% este
ano, pouco acima do que o Fundo previa no relatório de estimativas de janeiro
(1,6%).
"As
pressões inflacionárias permanecem no geral sob controle", afirma o
documento, destacando que não há excesso de demanda nos países desenvolvidos e
a inflação deve desacelerar nos Estados Unidos e zona do euro este ano. O Japão
é uma exceção nesse grupo e deve ter preços em alta este ano, como reflexo de
sua política expansionista para reaquecer a economia. A inflação deve passar de
zero em 2012 para alta de 0,1% em 2013 e 3% em 2014.
Nos
países emergentes, a inflação deve ficar em 5,9%, ante estimativa anterior de
6%. Melhora na oferta de alimentos e dos combustíveis vão ajudar a conter a
pressão inflacionária, mesmo com a economia global crescendo um pouco mais que
nos últimos anos, conclui o relatório.
Para o petróleo,
a previsão é de queda de 2,3% no preço em dólar este ano, número que deve se
acelerar para redução de 4,9% em 2014. O FMI destaca o aumento da produção da
commodity em países não membros da Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (Opep), sobretudo na América do Norte.
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