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segunda-feira, 11 de março de 2013

Piora do cenário externo derruba dólar na abertura


 O dólar abriu em leve queda nesta segunda-feira, com investidores cautelosos diante de cenário externo pior e da desoneração da cesta básica no Brasil. Fora do País, pesam negativamente os dados econômicos fracos da China e o rebaixamento do rating da Itália e o dólar opera em direções distintas em relação às principais divisas. O euro está praticamente estável ante o dólar, enquanto a moeda norte-americana tem alta leve ante o iene. O dólar norte-americano também opera perto da estabilidade ante os dólares canadense, neozelandês, australiano e o rublo russo. Às 9h18, o dólar à vista no balcão caía 0,26%, a R$ 1,9450. O dólar futuro para abril caía 0,08%, a R$ 1,9505.
Na sexta-feira (08), o dólar à vista encerrou em queda de 0,56%, a R$ 1,950 no balcão, o menor nível desde 10 de maio de 2012, tendo ficado abaixo desse nível em alguns momentos durante o dia. No entanto, o Banco Central não atuou e a leitura que o mercado fez foi a de que a autoridade monetária está disposta a aceitar um real mais depreciado por causa das pressões inflacionárias. "Talvez R$ 1,95 não seja mais o piso", comentou esse mesmo operador. Segundo ele, é possível que esse novo piso informal esteja em R$ 1,94 e é até possível que aceite a moeda americana ao redor de R$ 1,90. Ele disse ainda, que o viés para o dólar é de alta, apesar da abertura em queda da moeda.
Analistas da Eurasia Group avaliam que o Banco Central do Brasil não só tem margem de manobra para aumentar a taxa de juro, mas também para deixar o dólar recuar para um nível mais próximo a R$ 1,90. Em relatório distribuído a clientes na sexta-feira (08), a Eurasia disse ainda ver a possibilidade de o governo voltar atrás na cobrança de Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) em investimentos estrangeiros na renda fixa.
A preocupação do governo com a inflação ficou mais clara na sexta-feira (08) à noite, quando a presidente Dilma Rousseff aproveitou o discurso do Dia da Mulher para anunciar a desoneração dos produtos que compõem a cesta básica, com isenção do IPI e PIS/Cofins sobre os itens da cesta. Com isso, o governo deixará de ter uma receita de R$ 5,540 bilhões. O anúncio veio dois dias após o Copom anunciar a manutenção dos juros, mas mudar a linguagem do comunicado para um tom mais duro, deixando claro que pode subir o juro se for necessário. Também na sexta-feira (08), foi divulgado que o IPCA de fevereiro subiu 0,60% e ficou perto do teto das estimativas. No acumulado de 12 meses, a alta foi de 6,31%.
Na China, o índice de preços ao consumidor acumulou alta de 3,2% nos 12 meses até fevereiro, ante um ganho de 2% em janeiro, a maior alta em 10 meses. Na semana passada, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, estabeleceu uma meta de inflação de até 3,5% para este ano. As vendas no varejo, por sua vez, subiram 12,3% no período janeiro-fevereiro ante 15,2% em dezembro.
A enorme incerteza política na Itália levou a Fitch a cortar a nota de crédito soberano do país de A- para BBB+, com perspectiva negativa, na sexta-feira, após o fechamento dos mercados. Por isso, os mercados mostram descontentamento hoje e as bolsas europeias operam no vermelho, com exceção de Londres. Além dos problemas políticos, a economia italiana também segue como fonte de insegurança. O Produto Interno Bruto (PIB) da Itália contraiu 0,9% em termos reais no quarto trimestre ante o trimestre anterior. NA comparação com o quarto trimestre de 2011, a queda foi de 2,8%.

Perto das 9 horas, o euro subia a US$ 1,3003, de US$ 1,3005, na tarde de sexta-feira (08). O dólar subia a 96,08 ienes, de 95,99 ienes no fim da tarde de sexta-feira (08). O dólar estava perto da estabilidade ante a maioria das moedas correlacionadas a commodities: dólar canadense (+0,08%); dólar neozelandês (-0,01%); dólar australiano (-0,03%); rublo russo (+0,02%); rupia indiana (+0,14%); lira turca (+0,19%). 



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