O dólar abriu em leve queda nesta
segunda-feira, com investidores cautelosos diante de cenário externo pior e da
desoneração da cesta básica no Brasil. Fora do País, pesam negativamente os
dados econômicos fracos da China e o rebaixamento do rating da Itália e o dólar
opera em direções distintas em relação às principais divisas. O euro está
praticamente estável ante o dólar, enquanto a moeda norte-americana tem alta
leve ante o iene. O dólar norte-americano também opera perto da estabilidade
ante os dólares canadense, neozelandês, australiano e o rublo russo. Às 9h18, o
dólar à vista no balcão caía 0,26%, a R$ 1,9450. O dólar futuro para abril caía
0,08%, a R$ 1,9505.
Na
sexta-feira (08), o dólar à vista encerrou em queda de 0,56%, a R$ 1,950 no
balcão, o menor nível desde 10 de maio de 2012, tendo ficado abaixo desse nível
em alguns momentos durante o dia. No entanto, o Banco Central não atuou e a
leitura que o mercado fez foi a de que a autoridade monetária está disposta a
aceitar um real mais depreciado por causa das pressões inflacionárias.
"Talvez R$ 1,95 não seja mais o piso", comentou esse mesmo operador.
Segundo ele, é possível que esse novo piso informal esteja em R$ 1,94 e é até
possível que aceite a moeda americana ao redor de R$ 1,90. Ele disse ainda, que
o viés para o dólar é de alta, apesar da abertura em queda da moeda.
Analistas
da Eurasia Group avaliam que o Banco Central do Brasil não só tem margem de manobra
para aumentar a taxa de juro, mas também para deixar o dólar recuar para um
nível mais próximo a R$ 1,90. Em relatório distribuído a clientes na
sexta-feira (08), a Eurasia disse ainda ver a possibilidade de o governo voltar
atrás na cobrança de Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) em investimentos
estrangeiros na renda fixa.
A
preocupação do governo com a inflação ficou mais clara na sexta-feira (08) à
noite, quando a presidente Dilma Rousseff aproveitou o discurso do Dia da
Mulher para anunciar a desoneração dos produtos que compõem a cesta básica, com
isenção do IPI e PIS/Cofins sobre os itens da cesta. Com isso, o governo
deixará de ter uma receita de R$ 5,540 bilhões. O anúncio veio dois dias após o
Copom anunciar a manutenção dos juros, mas mudar a linguagem do comunicado para
um tom mais duro, deixando claro que pode subir o juro se for necessário.
Também na sexta-feira (08), foi divulgado que o IPCA de fevereiro subiu 0,60% e
ficou perto do teto das estimativas. No acumulado de 12 meses, a alta foi de
6,31%.
Na
China, o índice de preços ao consumidor acumulou alta de 3,2% nos 12 meses até
fevereiro, ante um ganho de 2% em janeiro, a maior alta em 10 meses. Na semana
passada, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, estabeleceu uma meta de inflação
de até 3,5% para este ano. As vendas no varejo, por sua vez, subiram 12,3% no
período janeiro-fevereiro ante 15,2% em dezembro.
A
enorme incerteza política na Itália levou a Fitch a cortar a nota de crédito
soberano do país de A- para BBB+, com perspectiva negativa, na sexta-feira,
após o fechamento dos mercados. Por isso, os mercados mostram descontentamento
hoje e as bolsas europeias operam no vermelho, com exceção de Londres. Além dos
problemas políticos, a economia italiana também segue como fonte de
insegurança. O Produto Interno Bruto (PIB) da Itália contraiu 0,9% em termos
reais no quarto trimestre ante o trimestre anterior. NA comparação com o quarto
trimestre de 2011, a queda foi de 2,8%.
Perto
das 9 horas, o euro subia a US$ 1,3003, de US$ 1,3005, na tarde de sexta-feira
(08). O dólar subia a 96,08 ienes, de 95,99 ienes no fim da tarde de
sexta-feira (08). O dólar estava perto da estabilidade ante a maioria das
moedas correlacionadas a commodities: dólar canadense (+0,08%); dólar
neozelandês (-0,01%); dólar australiano (-0,03%); rublo russo (+0,02%); rupia
indiana (+0,14%); lira turca (+0,19%).
FONTE:Estadão PME -
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