Após operar com volatilidade desde o início da semana, os futuros da soja se recuperam nesta quarta-feira (30) e trabalham com altas expressivas na Bolsa de Chicago. Por volta das 10h45 (horário de Brasília) os principais contratos registram ganhos de mais de 20 pontos. As incertezas climáticas na América do Sul permanecem sendo o foco do mercado internacional.
O analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado esperava que a oferta de soja brasileira aumentasse durante essa semana, mas com o excesso de chuvas em algumas áreas produtoras a colheita anda em ritmo lento. Em outras regiões o grão que já foi colhido não é embarcado em função da baixa qualidade ocasionada pelas precipitações constantes.
Por outro lado, a situação climática na Argentina também influencia as cotações em Chicago. As previsões climáticas são divergentes, e algumas indicam que as temperaturas devem permanecer elevadas e poucas chuvas nos próximos dez dias, o que poderia comprometer o desenvolvimento das lavouras de soja.
“Esse quadro pode ocasionar perdas de vagem e flor, e a produção argentina caminha para perdas na produtividade e o mercado começa a olha isso. Os fundamentos de oferta e demanda são positivos para as cotações, a oferta é menor do que se esperava e a demanda chinesa está sendo maior do que às estimativas”, ressalta Brandalizze.
O analista destaca que os primeiros indicativos apontam que há um crescimento na produção e no consumo de suínos na China. E consequentemente, o país terá que aumentar as importações de grãos. “O mercado começa a olhar esses fatores, e as cotações futuras da soja podem bater a faixa de US$ 15 por bushel nos próximos dias se seguir essa linha climática na América do Sul”, explica.
Além disso, a Oil World divulgou uma nota ontem (29) afirmando que os preços da oleaginosa podem voltar a subir expressivamente na CBOT devido aos atrasos na colheita no hemisfério sul ou problemas com uma logística insuficiente para atender a demanda mundial. O analista ratifica que essa situação pode impactar os preços em Chicago.
“Os portos brasileiros não têm mudanças há mais de 30 anos, e a produção brasileira aumentou muito. E a partir de fevereiro podemos ver grandes filas de caminhões, o que começa a impactar os preços do frete. Com isso, o produtor brasileiro deverá perder parte do que o mercado internacional oferecer para a logística”, diz Brandalizze.
Ainda de acordo com o analista, outro fator que também pode pressionar positivamente os preços no mercado internacional é a diminuição das exportações de trigo da Rússia devido à forte estiagem que castigou as lavouras do país. “Com o aquecimento da demanda interna russa há menos cereal para vender, e como o produto impacta diretamente na inflação o governo deve começar a controlar as exportações o deve refletir em alta no mercado em Chicago, especialmente para soja e milho, uma vez que parte do trigo é destinada ao setor de ração”, relata o analista.
Fonte: Notícias Agrícolas // Fernanda Custódio
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