O Centro de Informações sobre Grãos e Óleos da China (CNGOIC) informou nesta sexta-feira (16) que o país teria cancelado a compra de 10 navios de soja dos Estados Unidos (600 mil toneladas) por conta das margens de esmagamentos negativas. Segundo Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest, essa informação seria a principal a pressionar o mercado internacional da soja na sessão de hoje.
De acordo com o analista, os preços já vêm pressionados desde a divulgação do último relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), onde o órgão indicou um aumento da produção de soja no país. Com isso, essa notícia negativa sobre a demanda acaba abrindo ainda mais espaço para o recuo das cotações.
Por isso, ainda de acordo com Vanin, é preciso que o mercado acompanhe de perto as informações sobre o comportamento das margens de esmagamento na China, que é o fator que está mais atrelado à demanda dos que os preços propriamente ditos.
Além disso, o mercado sente ainda a pressão negativa vinda do clima favorável para a safra 2012/13 na América do Sul. As condições têm sido favoráveis, principalmente para o Brasil e também para o Paraguai, e isso também pesa sobre os negócios em Chicago.
"O mercado vinha com uma tendência de alta, mas com dois relatórios do USDA negativos na sequência e também um clima favorável na América do Sul temos uma realização de lucros. E tecnicamente, o mercado - vencimento janeiro - perdeu a média de 200 dias que é tomado pelo mercado como a tendência de longo prazo, ou seja, a soja perdeu a tendência de alta de longo prazo", explicou Vanin. Para o analista, agora a chave do mercado é o clima na América do Sul.
No momento atual do mercado, outro fator que dá direcionamento aos negócios da soja em grão é o andamento do mercado do farelo. Os preços do produto também tem devolvido boa parte de seus ganhos, até mais do que o grãos, e isso pesa sobre as cotações.
A pressão nesse mercado vem, principalmente, de informações sobre uma possível safra recorde de soja na América do Sul. Caso se confirme esse grande volume na colheita sulamericana, espera-se que a produção de farelo também seja bastante expressiva, pressionando os preços no mercado global.
"Hoje temos, dos estoques globais, entre 60 e 70% na América do Sul e a produção sulamericana de farelo também deverá ser recorde (..). Além disso, ainda temos a Índia tomando o mercado de farelo de soja para os consumidores asiáticos, ou seja, temos também produtos substitutos em maior quantidade e isso tudo pressiona o mercado", completou Vanin.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes
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