A soja fechou esta segunda-feira (1) com baixas de mais de 30 pontos nos principais vencimentos negociados na Bolsa de Chicago. O contrato novembro/12 terminou o dia perdendo 40,75 pontos, cotado a US$ 15,60 por bushel e o maio/2013, referência para a safra brasileira, a US$ 14,88, com queda de 33 pontos.
A baixa registrada nesta sessão, segundo analistas, é reflexo de mais um movimento de correção técnica, em que os fundos continuam liquidando suas posições compradas. De acordo com Vinícius Ito, analista do Banco e Corretora Jeffrey's, nesta segunda-feira os investidores venderam suas posições na soja (no spread contra o milho) em uma tentativa de ajustar o mercado à nova realidade de estoques nos EUA.
Segundo o último relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgado na sexta-feira (28), os estoques trimestrais de milho vieram abaixo das expectativas enquanto os de soja foram reportados ligeiramente acima do esperado. Por conta disso, a soja recuou 2,5% e o milho permaneceu inalterado, com seus principais vencimentos próximos da estabilidade.
Sendo assim, confirma-se o caráter técnico da expressiva baixa registrada nesta segunda-feira. Entretanto, Ito já projeta uma reversão do atual cenário de baixa dos preços, que vem sendo visto com nos últimos dias. Isso porque os fundamentos permanecem positivos, baseados em uma demanda ainda forte e uma oferta restrista, onde o analista já sinaliza uma falta de soja a partir de março do ano que vem nos Estados Unidos.
Além disso, como explicou o analista, quando a colheita é concluída em 50% da área total, a pressão de oferta tradicionalmente é reduzida, aliviando o quadro para as cotações. Porém, o mercado ainda sente essa natural pressão sazonal nos preços. Paralelamente, o início do plantio da safra da América do Sul acaba contribuindo para este cenário negativo e também pesa sobre a oleaginosa.
Ao contrário da soja, como foi explicado, o milho fechou este pregão próximo da estabilidade. As cotações não exibiram movimentos muito expressivos, chegaram até mesmo a trabalhar em campo positivo, mas fecharam em território misto, sentindo a influência negativa da soja. Porém, os últimos dados divulgado pelo USDA sobre os estoques trimestrais norte-americanas ainda podem oferecer alguma sustentação ao mercado.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes
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