A soja encerrou o pregão desta quinta-feira (6) registrando um leve recuo na Bolsa de Chicago. O pregão foi marcado por bastante volatilidade e as cotações fecharam o dia com pequenas oscilações. Segundo analistas, o mercado atua na defensiva à espera do novo relatório de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga no dia 12 de setembro. Com essas informações, os investidores serão capazes de se aproximar do real tamanho da safra norte-americana.
Nesta quinta-feira (6), a consultoria FC Stone divulgou suas novas estimativas para a produção e a produtividade de milho nos Estados Unidos. Para a soja, a produção foi estimada em 74,54 milhões de toneladas contra as 73,26 milhões projetadas pelo USDA em agosto.
Já a produtividade estimada pela consultoria veio em linha com os números divulgados pelo departamento no mês passado em 40,92 sacas por hectare.
No caso do milho, a safra dos EUA foi projetada em 269,43 milhões de toneladas contra as 273,8 milhões de toneladas estimadas pelo USDA em agosto. O rendimento do cereal foi reduzido pela FC Stone de 130,6 sacas previstas pelo USDA no mês passado para 128,5 sacas por hectare.
A volatilidade registrada hoje e a falta de direcionamento dos preços confirmam o momento de poucas novidades concretas que pudessem estimular novas e expressivas altas às cotações a não ser os já conhecidos fundamentos, os quais ainda são bastante positivos. A oferta mundial é bastante restrita e a demanda se mantém ativa e aquecida, sendo assim, a tendência de alta permanece no mercado.
Porém, como explicou o analista de mercado Glauco Monte, é preciso estar atento à entrada da safra norte-americana no mercado. "Mesmo que a safra dos EUA seja pequena, uma hora vai entrar e isso, com certeza, vai contrapor um pouco o fator altista. Ou seja, o mercado não muda a tendência, mas conforme vai entrando mais a safra podemos ver uma contenção desse ímpeto altista", completa o analista.
"O mercado passou por um verdadeiro 'braço de ferro' com os comerciais comprando e alguns fundos liquidando. O mercado não está ciente da verdadeira situação de oferta x demanda e liquida, no momento, 'no embalo' de estimativas privadas de produtividade que indicam uma possível recuperação da safra de soja frente aos números anunciados pelo USDA em agosto", explica o analista Pedro Dejneka, da PHDerivativos, direto de Chicago.
Segundo Dejneka, trata-se de uma verdadeira oportunidade de compra no curto prazo. "Mesmo que o mercado venha a liquidar mais, o prognóstico para as próximas semanas é de novas máximas no contrato de novembro", completa.
Milho e Trigo - Na contramão da soja, porém, os futuros do milho e do trigo terminaram a quinta-feira registrando expressivas altas. O milho fechou com quase 10 pontos positivos nos principais vencimentos e o trigo com mais de 20.
Segundo analistas, o mercado do milho foi sustentado por compras escpeculativas, as quais foram estimuladas por expectativas de que o USDA trará números ainda menores para a produção de milho nos EUA, como as apresentadas pela FC Stone.
A alta do cereal acabou puxando o mercado vizinho, que liderou as altas na CBOT na sessão desta quinta. Além disso, os ganhos ainda encontraram sustentação na oferta ajustada na região do Mar Negro por conta da seca. A produção na Rússia está bastante comprometida pois sofre com o clima bastante quente e seco.
"Quanto à Rússia, boatos e expectativa do mercado é de que eles tenham que anunciar algum tipo de limitação às exportações nas próximas semanas/meses. Talvez que não limitem exportações para o curto prazo (próximos 2 ou 3 meses) mas que anunciem medidas para limitar exportações do trigo á partir do início do ano. Isso de qualquer maneira, seria bullish para o trigo aqui nos EUA, que atrairia mais demanda", disse Dejneka.
Além disso, o analista explica ainda que o grão não pode ficar muito acima do milho para atrair demanda para uso para ração nos Estados Unidos. "O trigo ainda atrai demanda para uso em ração aqui nos EUA com um prêmio relativo ao milho entre 60c e 70c, por ser nutricionalmente mais eficiente. O prêmio atual com o movimento de hoje é em torno de 90c para os contratos de dezembro", complementa.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes
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