Nesta terça-feira (21), os futuros da soja explodiram na Bolsa de Chicago e fecharam o dia com os principais vencimentos subindo quase 50 pontos. A preocupação com a oferta mundial e a demanda aquecida continuam como os principais combustíveis para o avanço do mercado.
O mundo está focado nas perdas das safras de soja nos principais produtores mundiais com as perdas causadas pela seca na safra 2011/12 da América do Sul e agora na safra 2012/13 dos Estados Unidos. Os estoques são muito ajustados e a demanda pela commodity não dá sinais de desaquecimento.
Além disso, o mercado da soja ainda conta com positivos fundamentos climáticos. A previsão para os próximos dias nos Estados Unidos ainda é de dias de calor intenso e falta de chuvas.
Com a chegada de algumas chuvas no cinturão produtor norte-americano, o mercado esperava uma recuperação das lavouras de soja, porém, isso não aconteceu. As precipitações foram insuficientes por serem irregulares e pouco volumosas. Em seu último relatório de acompanhamento de safra divulgado nesta segunda-feira (20), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou uma recuperação pouco expressiva, de apenas 1%.
"Como o USDA não mostrou nenhuma recuperação impressionante nas lavouras e a previsão do tempo para o resto da semana é de chuvas esparsas em apenas um terço do Meio-Oeste, o mercado deve continuar firme", disse Steve Cachia, analista de mercado da Cerealpar.
Puxados pela forte alta da soja, o milho e o trigo também terminaram a terça-feira com bons ganhos em Chicago. Segundo analistas, esse bom desempenho dos grãos, principalmente no caso do milho, reflete a mesma situação vivida pela soja: a oferta escassa.
Nos Estados Unidos, maior produtor mundial de milho, as perdas ocasionadas pela seca podem superar as 100 milhões de toneladas, de acordo com algumas estimativas. Os primeiros resultados da expedição Pro Farmer Crop Tour, que visita os principais estados produtores dos Estados Unidos, já indicam uma produtividade bem abaixo do esperado.
No caso do trigo, as altas, além da influência positiva dos mercados vizinhos, foram estimuladas ainda pelas preocupações com a Rússia.
O país é um importante produtor mundial do cereal e sofre com uma severa estiagem. A quebra na produção russa poderia fazer com que o governo impusesse restrições às exportações de trigo do país, reduzindo a oferta mundial disponível.
Por conta dessa seca, a produtividade dos grãos na Rússia já caiu 27,5%. A projeção oficial do Ministério da Agricultura russo é de que a produção russa de grão fique entre 75 e 80 milhões de toneladas, enquanto em 2011 foram produzidas 94 milhões.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes
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