O mercado internacional de grãos registrou uma sessão de realização de lucros nesta terça-feira (10) na Bolsa de Chicago. Os futuros da soja, do milho e do trigo recuaram, passando por uma correção depois da explosão dos preços no pregão anterior, em que a soja subiu mais de 50 pontos, bateu o recorde de preços e o milho operou próximo do limite de altas.
Segundo analistas, este é um movimento bastante natural do mercado. "O mercado não sobe em linha reta", diz Pedro Dejneka, da PHDerivativos, de Chicago. Essa liquidação das posições acontece mesmo com o relato de uma piora nas condições das lavouras norte-americanas de soja e milho por conta do clima adverso. "O mercado para e respira, realiza lucros no momento, mas a tendência climática ainda não virou. Não se deixem enganar por notícias de que está chovendo e por isso o mercado realiza", completa.
O calor intenso e a falta de chuvas persistem nos Estados Unidos e por conta disso, o índice de lavouras em boas/excelentes condições vem recuando a cada novo relatório de acompanhamento de safra do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
"Apesar da piora das condições de lavoura nos EUA, o mercado de grãos inicia uma liquidação parcial de posições, alicerçada no recente escândalo que se junta ao caso MF Global, com uso de dinheiro dos clientes sem consentimento e o provável aumento de margem para as posições de soja e milho", disse o analista João Carlos Kopp, da Basis Investimentos.
Paralelamente, essa correção dos preços também indica a busca dos investidores por um melhor posicionamento no mercado antes da divulgação do próximo relatório de oferta e demanda do USDA, que acontece nesta quarta-feira, 11 de julho.
A principal expectativa para este boletim é de que o departamento norte-americano indique uma redução em suas estimativas de produtividade para o milho e também para a soja, o que não é comum nos reportes de julho, segundo analistas. Para o milho, a projeção é de que o rendimento seja reduzido para 161 sacas por hectare, contra 173,6 da tendência apontada. Na soja, o número deverá baixar de 49,2 para 47 sacas/ha.
Veja abaixo algumas fotos de lavouras de Illinois e foram enviadas pelo Pedro Dejneka. Informações são de que em Indiana as plantações também estão assim. "As fotos abaixo são exemplos de extremos, nem toda safra está assim, mas cada dia seco e quente que se vai a situação fica cada vez mais complicada", disse Dejneka.
No sul de Illinois:
No norte de Illinois:
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes
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