A soja encerrou a sessão desta quarta-feira (25) com quase 50 pontos de alta nos principais contratos. Os futuros do milho e do trigo também fecharam o dia com boas altas. O mercado internacional, após dois dias de realizações de lucros, voltou a focar o clima quente e seco nos Estados Unidos e retomou a escalada dos preços.
No início dessa semana, os grãos negociados na CBOT registraram uma intensa correção dos preços, perdendo parte dos ganhos acumulados nas últimas semanas. Os traders voltaram o foco à crise financeira que vem sendo amargada pela Europa e que se agrava a cada dia. A aversão ao risco cresceu e os preços recuaram.
Porém, nesta quarta os preços retomaram o caminho das fortes altas uma vez que a tendência climática nos Estados Unidos continua a mesma: tempo quente e falta de chuvas suficientes para conter os danos causados. Além disso, os danos só podem ser revertidos no caso da soja, já no milho, os danos são irreversíveis. como explica o operador de mercado Liones Severo, é preciso que os preços continuem subindo para que seja possível racionar a demanda diante de estoques tão ajustados.
Essa severa estiagem tem reduzido drasticamente as expectativas para a produtividade dos grãos. "Não acredito que o mercado esteja ciente do real estrago na safra norte-americana e penso que veremos novas altas até meados de setembro. Mas o mercado buscará o ponto onde acredita que estará racionando a demanda o suficiente para que os EUA tenham estoques necessários no final da safra 2012/2013", disse Pedro Dejneka, analista de mercado da PHDerivativos.
Entretanto, o mercado tem uma grande expectativa sobre a possibilidade de que chuvas possam chegar nesta quinta e sexta-feira no estado de Iowa. Caso isso aconteça, a soja poderá, novamente, realizar lucros. O mercado agora opera de mapa em mapa climático, de movimento a movimento, de semana a semana. Segundo Dejneka, até a metade de agosto veremos ainda uma alta e intensa volatilidade. "O 'easy money' de altas sequenciais sem maiores baixas acabou por agora. O mercado entra em uma fase decisiva e delicada", explica o analista.
Porém, essas chuvas não indicam uma mudança na tendência climática. As chuvas esperadas não deverão ter volume o suficiente e nem serão abrangentes como é necessário. Boa parte do cinturão produtor ainda ficará mais dias sem chuvas. O modelo climático europeu - o mais preciso até então - vem chegando mais em linha com o modelo GFS, o norte-americano, indicando um pouco mais de chuvas, ao contrário do que vinha acontecendo nas últimas semanas.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes
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