A segunda-feira é de tensão no mercado financeiro. O mau humor e a extrema aversão ao risco tomaram conta dos negócios hoje, provocando um forte recuo de importantes commodities e das principais bolsas de valores ao redor do mundo, e aproximando o dólar, no Brasil, dos R$ 2.
A pressão mais forte vem da crise, agora predominantemente política, na Grécia, onde se busca um novo governo de coalizão. Segundo uma matéria do site do jornal Valor Econômico, integrantes do Banco Central Europeu já falam explicitamente na possibilidade de o país deixar a zona do euro.
Além disso, dados atualizados mostram que a produção industrial da Zona do Euro recuou 0,3% em março, e 0,4% em toda a União Europeia em relação ao mês anterior. Os dados negativos contribuem para o quadro negativo e estimulam a aversão e o desempenho ruim dos mercados.
Paralelamente, a Alemanha e a Espanha também não trazem boas notícias. A agência de classificação de risco Moody's alertou para um possível aumento do endividamente espanhol por conta da situação delicada dos bancos. Já em território alemão, as preocupações são com o fato do partido de Angela Merkel ter perdido as eleições em um importante estado.
Diante desse quadro de incertezas e temores, a soja registra um dia bastante negativo na Bolsa de Chicago. No pregão noturno de hoje, a oleaginosa chegou a perder mais de 25 pontos e estendeu o recuo para a sessão regular. Por volta das 13h50 (horário de Brasília), o vencimento julho era cotado a US$ 13,82, perdendo 11,50 pontos. O contrato maio operava a US$ 12,77, perdendo 16,75 pontos.
O mercado internacional da soja sofre esse contágio da turbulência do financeiro, que se mostra bastante latente nesta segunda-feira. Os investidores estão bastante avessos ao risco, deixando suas posições em ativos tão voláteis, como as commodities agrícolas, e migrando para investimentos mais seguros, como o dólar. Hoje, a moeda norte-americana exibe um firme avanço, se aproximando dos R$ 2.
Como explica o analista de mercado Flávio França, da agência Safras & Mercado, o que se observa hoje é uma fuga de investidores, de especuladores, principalmente de soja. Isso acontece já que a oleaginosa vinha mantendo um posicionamento especulativo maior do que milho e trigo. "O movimento agora é vender soja e comprar milho e trigo, em operações de spread. E é difícil a soja continuar em alta ", afirma.
Outro fator que já começa a exercer alguma pressão no mercado da soja são as expectativas para a safra 2012/13 dos Estados Unidos. França afirma que "sem nenhum problema de clima nos EUA, é bem provável que os picos de preços da soja já tenham sido atingidos".
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes
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