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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Com fundamentos e financeiro, soja fecha o dia no misto na CBOT

A soja fechou o dia em território misto nesta quarta-feira na Bolsa de Chicago. Os contratos mais próximos fecharam o pregão regular no azul enquanto os vencimentos mais distantes recuaram. O mercado foi influenciado pelos fundamentos e pelo comportamento do mercado financeiro.

O quadro fundamental continua altista, principalmente no curto prazo. A demanda ainda se mantém firme e crescente diante de uma oferta cada dia mais ajustada. Os estoques da oleaginosa vêm sendo reduzidos a cada dia em função do aumento das vendas por parte de importantes fornecedores mundiais de oleaginosa, como o Brasil e os Estados Unidos.

Além disso, a produção na América do Sul desta temporada foi seriamente comprometida por uma severa estiagem causada pelo fenômeno climático La Niña. A seca cortou drasticamente a produtividade das lavouras brasileiras e argentinas, tornando a oferta mundial de soja ainda mais escassa.

Por outro lado, o mercado futuro da oleaginosa já começa a ver as boas expectativas para a próxima safra. Há a previsão de uma safra cheia nos Estados Unidos e de um aumento da área destinada à commodity no ciclo 2012/13, além da esperada recuperação da colheita sulamericana.

Confirmando essas estimativas, a Oil World divulgou nesta terça-feira (15) uma projeção de aumento de 16% da safra mundial de soja no próximo ano. Esse aumento deverá se dar em função dos melhores resultados tanto na América do Sul quanto dos EUA. Esta maior oferta, portanto, poderia dar espaço para uma nova retração dos preços mesmo com expectativas que apontam a continuidade da demanda sustentada.

A relação do mercado da soja com a situação da macroeconomia voltou a se estreitar. As indefinições que aterrorizam os investidores e os deixam cada dia mais avessos ao risco refletem diretamente no mercado de commodities agrícolas, ativos bastante voláteis.

Nesta quarta-feira, os negócios voltaram a caminhar por um viés negativo por conta da situação da crise na Europa. De acordo com a agência Reuters, os papéis do setor bancário foram os motivos que levaram os principais índices acionários da Europa a fecharem no vermelho, com a confiança dos investidores permanecendo em xeque por dúvidas sobre a estabilidade da zona do euro.

Essas incertezas provocam uma fuga dos fundos de investimento de mercados mais arriscados para ativos mais seguros, como o dólar, por exemplo, provocando uma queda nos preços. E a soja é a responsável pelas baixas mais expressivas uma vez que vinha liderando o rally de altas nos últimos dias. E essa maior demanda pela moeda norte-americana faz com que seu preço suba, chegando a mais de R$ 2,00 no Brasil, e pressionando ainda mais os preços da oleaginosa.


Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes

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