A soja registrou mais um dia de volatilidade nesta quarta-feira na Bolsa de Chicago, com as cotações encerrando em território misto, porém, predominantemente negativas. As posições de curto prazo fecharam o dia com perdas de dois dígitos e apenas o contrato março/13, referente à safra nova, registrou alta, de apenas 0,25 ponto.
O mercado internacional de grãos mostrou estar na defensiva por conta da forte aversão ao risco que tomou conta das movimentações nesta quarta. O macrocenário viveu mais um dia negativo por conta da crise na Europa, onde a Espanha e a saúde financeira de seus bancos passou a ser o foco dos investidores.
Com isso, não só as commodities agrícolas recuaram, mas também metais, petróleo e as principais bolsas de valores mundiais. A aversão ao risco, portanto, acabou provocando uma migração dos investimentos para ativos mais seguros, como o dólar, o que incentivou o avanço da moeda norte-americana, fator que também pesa sobre o mercado de grãos.
Como explicou o analista Steve Cachia, da CerealPar, o mercado hoje mostra-se na defensiva diante da ausência de mudanças ou novidades no campo fundamental, mais sensível, portanto à movimentação da macroeconomia. "O comportamento do mercado está assim pelo fato das bolsas de valores estarem no vermelho hoje", reiterou o analista.
Sendo assim, o momento acaba trazendo cautela, principalmente por parte dos fundos e dos especuladores, consolidando uma postura "clássica de aversão ao risco". Como explicou Cachia, essa queda vista hoje, portanto, nada mais é do que um movimento técnico de correção dos preços influenciado por fatores externos, financeira e economicamente relacionados a euro.
O mercado ainda está bastante complexo e sensível a diferentes fatores, inclusive externos, como foi o que pressionou as cotações hoje. Há os fundamentos, que permanecem positivos, as incertezas sobre o clima e o desenvolvimento da produção nos Estados Unidos e também as expectativa para o futuro da economia Zona do Euro. Porém, faltam notícias novas sobre os mercados, principalmente vindas da demanda, que possam trazer novamente uma "faísca" aos negócios que estimule um novo, firme e significativo avanço dos preços.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes
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