A soja fechou a terça-feira com altas de dois dígitos na sessão regular na Bolsa de Chicago. A demanda aquecida pela oleaginosa norte-americana e mais o clima adverso na América do Sul continuam nos holofotes dos investidores e, por isso, seguem dando suporte às cotações. O vencimento maio, referência para a safra brasileira, encerrou o dia a US$ 13,12 por bushel, com alta de 10 pontos.
"O quadro de oferta e demanda continua apertado, e a demanda, principalmente por parte da China, ainda é firme", disse o analista de mercado Steve Cachia, da Cerealpar. O mercado da oleaginosa tem ainda a sustentação vinda de notícias de que as chuvas chegaram tarde para as lavouras brasileiras, que já registram danos irreversíveis. Além disso, meteorologistas prevêem chuvas para o Brasil esta semana, o que poderá atrasar a colheita tanto da soja quanto do milho.
A severa quebra na produção sulamericana já está gerando rumores de que os estoques mundiais de soja poderiam ser os menores em 16 anos. Diante disso, instituições financeiras como o banco Rabobank já informaram um aumento em suas estimativas de preços para a oleaginosa. Para o Rabobank, as cotações devem registrar uma média de US$ 12,81 por bushel no primeiro trimestre deste ano. Até agora, a média é de US$ 12,30.
"A baixa produção da América do Sul e mais a firme demanda pela soja dos EUA estão encaminhando os preços para novas altas. E isso está estimulando um aumento nas estimativas para os preços da oleaginosa", disse o analista do Rabobank, Erin FitzPatrick. "E elas ainda podem aumentar diante das boas importações da China", completou.
Paralelamente, o cenário externo mais tranquilo desta terça-feira contribuiu com as altas. O mercado financeiro caminhou por um viés positivo e deixou os investidores menos avessos ao risco.
"O mercado da soja liderou o rally entre as commodities agrícolas hoje. Com o mercado financeiro positivo, houve ânimo dos compras dos fundos e especuladores. Afinal de contas, a cada dia que passa aumentam as estimativas de quebra da safra da América do Sul", complementou Cachia.
Além disso, o analista ainda reiterou as perspectivas de que talvez os Estados Unidos não tenham condições de ampliar sua área de soja, já que as preferências seriam para o milho e para o trigo.
Os futuros do milho e do trigo também encerraram o dia no azul. Os fundamentos para os grãos também são positivos e a subida da soja puxou as cotações nesta terça-feira.
No caso do milho, as expectativas de aumento de área nos EUA acabaram limitando um pouco o avanço dos preços. Entretanto, as cotações devem seguir em alta, já que o cereal tem que garantir preços atrativos para confirmar esse aumento esperado da área.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes
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