A estimativa da safra de soja do Brasil 2011/12 foi reduzida para 73,1 milhões de toneladas, ante previsão do mês passado de 73,6 milhões de toneladas, de acordo com números da consultoria AgRural divulgados nesta segunda-feira.
A revisão na estimativa de safra ocorreu devido a um ajuste na previsão de área plantada para 24,8 milhões de hectares, ante 25 milhões de hectares anteriormente.
"Foi só um ajuste na área plantada... Ajustamos para baixo no Paraná e no Maranhão, o nosso número estava um pouco alto nesses Estados", disse à Reuters Daniele Siqueira, analista da AgRural, nesta segunda-feira.
A estimativa de área do Paraná, segundo Estado produtor de soja do Brasil depois de Mato Grosso, foi reduzida para
4,6 milhões de hectares, ante 4,72 milhões de hectares na previsão anterior.
A estimativa de área plantada do Maranhão passou de 580 mil hectares para 550 mil hectares.
O plantio no Rio Grande do Sul, terceiro Estado produtor de soja do Brasil, também sofreu uma leve redução, de 4,2 milhões de hectares para 4,150 milhões de hectares.
Apesar da redução na expectativa de plantio, a área plantada em 11/12 ainda seria um recorde, superando os 24,2 milhões de hectares da safra passada, de acordo com números da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
O plantio de soja 11/12 no Brasil está praticamente finalizado, tendo sido realizado em 97 por cento da área, segundo a consultoria, uma das mais pessimistas em relação à safra brasileira.
A consultoria está mais cautelosa em relação a outros analistas do mercado, apesar do crescimento de área plantada, por conta da ocorrência do fenômeno climático La Niña em 11/12, que pode provocar veranicos no Sul. Além disso, alguns especialistas consideram difícil a repetição das ótimas produtividades médias da safra passada.
Algumas consultorias, como a Céleres, preveem uma safra 11/12 do Brasil em 75,6 milhões de toneladas , uma diferença de 2,5 milhões de toneladas em relação à AgRural.
Na temporada passada, quando o Brasil teve uma produtividade recorde, o país colheu a sua maior safra, que somou 75,3 milhões de toneladas, segundo a Conab.
Uma nova safra recorde é fundamental para que o Brasil (segundo produtor de soja no mundo) possa se tornar na temporada 11/12 o maior exportador da oleaginosa, superando os Estados Unidos, de acordo com dados do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA). O USDA manteve na última sexta-feira a sua previsão para a safra do Brasil em 75 milhões de toneladas.
CLIMA PREOCUPA
Segundo a analista da AgRural, apesar da irregularidade das chuvas no Sul do Brasil na última semana, trazendo preocupações para os produtores, a redução na previsão da área não teve relação com questões climáticas.
A produtividade média esperada para a safra de soja do país foi mantida em 2.944 quilos por hectare, ante 3.115 quilos na temporada passada.
"A produtividade prevista continua na linha de tendência (histórica), podemos mexer, considerando efeito do clima, só em janeiro", afirmou. "É muito cedo para estimar influência do clima em produtividade, é muito cedo para mexer, apesar de termos problemas isolados."
Segundo a analista, se tivesse um quadro de estiagem definido, até poderia ter sido feita alguma alteração no quadro, o que não é o caso.
Ela lembrou ainda que normalmente as chuvas diminuem durante o mês de dezembro no Sul.
A analista acrescentou que as temperaturas não estão muito altas, o que tem ajudado o desenvolvimento da soja especialmente nas áreas do Sul onde as precipitações estão escassas. "Isso ajuda, reduz a evapotranspiração, como dizem os agrônomos."
Fonte: Reuters
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