Os baixos preços e as dificuldades de acesso a mecanismos de comercialização do arroz na safra 2010/2011 estão levando muitos arrozeiros a reduzirem as áreas de cultivo do cereal e migrarem para a soja e a pecuária. A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) estima uma diminuição de 200 mil a 250 mil hectares no plantio 10% a 20% ante o ciclo anterior.
Essas áreas, no entanto, não ficarão improdutivas. O produtor de arroz Gláucio Isbrecht Emanoelli, pela primeira vez irá destinar a maior parte dos seus 150 hectares para a soja e não ao arroz. Neste ano-safra 2011/2012, a Granja São Manuel, de São Borja (RS), contará com 100 hectares da oleaginosa e apenas 50 hectares com o cereal.
Com a soja, colho 40 sacas e 20 cobre o custo de produção. Diferentemente do arroz, que não cobre nem o custo de produção. Não tem como continuar assim. Sigo plantando uma pequena área do grão porque a esperança é a última que morre confessa o agricultor.
A estratégia usada pelo produtor é defendida pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). O presidente Cláudio Fernando Pereira acredita que a rotação de culturas seja positiva para diversificar a produção, melhorar o uso de fertilizantes e diversificar a renda. O Instituto, inclusive, desenvolve pesquisas em relação à soja por acreditar que é uma boa opção. No entanto, Pereira é prudente ao falar de área plantada:
Acreditamos que vai haver uma pequena diminuição. A maioria dos produtores deve seguir com o arroz porque acreditamos que o governo tenha sido eficiente com os mecanismos reguladores de preço, além de termos boas perspectivas de exportação este ano.
Independentemente da redução de área, o presidente da Federarroz , Renato Rocha, diz que existem procedimentos fortalecedores da nova safra que os produtores precisam executar. Renegociação dos arrendamentos, com diminuição de área, migração de parte da lavoura para soja e pecuária, que apresentam boas perspectivas de negócios, são algumas dessas opções.
Fonte: Zero Hora
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