Com a conclusão da colheita do milho safrinha as atenções no campo voltam a ser direcionadas para a soja. No dia 15 de setembro termina o período do vazio sanitário em Mato Grosso e os produtores já estarão autorizados a dar início ao cultivo do grão. Enquanto isso, as previsões confirmam o otimismo do setor. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) prevê uma expansão de 3,4% na área plantada. Serão pelo menos 217 mil hectares a mais que o espaço destinado às lavouras na última safra, que ocuparam 6,412 milhões de hectares no Estado.
Segundo o superintendente do Imea, Otávio Celidônio, o nordeste do Estado é uma das regiões que mais deve ampliar as áreas destinadas à soja.
A perspectiva otimista para a safra é o principal motivo deste aumento. Até agora, 33% da produção prevista já foram comercializados. Quase 8% a mais que o volume negociado no mesmo período do ano passado. Os produtores estão animados com os preços pagos pelo grão, que atualmente estão na faixa de R$ 40 a saca.
De acordo com o produtor rural Nelson Piccoli a rentabilidade deve ser boa, já que existe perspectiva de que a safra americana não seja tão cheia. Segundo ele, a Europa e principalmente a China devem manter ou ampliar as importações do grão, o que promoverá alta nos preços.
Apesar da previsão de avanço no espaço destinado à soja, a classe produtora esclarece que esta expansão não irá ocorrer sobre novas áreas. O setor enfatiza que as novas lavouras vão ser plantadas em terras que antes eram ocupadas com pastagem, dando sequência a um movimento de conversão que ainda pode crescer muito no Estado.
Em Mato Grosso existem pelo menos 9 milhões de hectares de pastagem que podem ser transformados em áreas agrícolas. O produtor rural de Sorriso (MT), Nelson Piccoli, já converteu pasto degradado em áreas de soja. Nesta safra ele irá plantar 950 hectares com o grão, mesmo espaço cultivado no ano passado. Só não irá ampliar a lavoura por falta de terra disponível. Segundo dele, as plantações poderiam aumentar ainda mais, caso houvesse incentivos para os produtores converterem áreas degradadas. O custo varia de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil por hectare.
Piccoli comenta que faltam recursos de financiamento e também agilidade dos órgãos ambientais, que travam o setor.
Caso a previsão de área cultivada se confirme e o desempenho das lavouras seja favorável, a produção de soja em Mato Grosso deve passar de 21 milhões de toneladas.
Fonte: Canal Rural
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