O mercado brasileiro da soja sucumbiu às pressões externas. Com isso, os preços de referência retornaram para os níveis de outubro de 2010, aproximadamente R$ 1,50 mais baixo. As cotações na Bolsa de Chicago derreteram 30 pontos e o dólar encerrou cotado a R$ 1,56, queda de 0,51%. No mercado interno, a disputa entre oferta e demanda não injetou ânimo nas negociações, já que os dois lados ficaram totalmente de fora do mercado. Muitas praças ficaram tão vazias que apenas indicações nominais foram registradas. Corretores afirmaram que a calmaria deve durar alguns dias, até que o mercado se adapte à forte queda.
Em Mato Grosso, tarde de ontem foi de preços mais baixos e mercado travado. Em Lucas do Rio Verde, as indicações foram de R$ 36 no disponível e US$ 21 para fevereiro. Em Sapezal, as ofertas ficaram em torno dos R$ 36,50 para a saca com entrega imediata. Em Sorriso, falou-se em R$ 35,50 para o grão no spot.
A baixa geral foi sintomática aos novos números apresentados ontem pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda). O mercado esperava que os relatórios de área plantada e estoques trimestrais, ditariam novos rumos para as cotações na Bolsa de Chicago, mas o baque provocado pelos novos números foi mais forte que o esperado. Tão intenso que neutralizou o potencial altista que poderia ser gerado pela recuperação do mercado financeiro, e também por problemas provocados pelo clima no Meio-Oeste dos EUA.
Os contratos da soja poderiam subir por causa da redução de área no setor produtivo norte-americano, que passou de 31 milhões de hectares para 30 milhões, mas outro relatório, o de estoques físicos, apontou que as reservas de grão do país somavam em 1° de junho 16,8 milhões de toneladas, acima da expectativa média do mercado, que era de 16,2 milhões. Como resultado, as posições do grão amargaram ao final do dia perdas de mais de 20 pontos, mas o pregão desta quinta foi muito pior para milho.
Mesmo com toda a dificuldade em semear o cereal nesta temporada, o USDA estima que a área plantada de milho nos EUA seja de 37,3 milhões de hectares, muito acima da expectativa do mercado, que era de 36,7 milhões. Curiosamente, em maio, o órgão havia reduzido o número de 37,3 milhões de hectares para 36,7 milhões.
Fonte: AgRural
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