As importações chinesas de soja devem se recuperar no semestre deste ano depois de uma fraca demanda desde o final do ano passado, mas o mercado permanece cauteloso quanto às políticas do governo, disseram negociantes que participam de uma conferência de óleo e oleaginosas em Xi'an.
Fraco consumo de ração, especialmente pelo setor de suínos, e as políticas de governo impedindo as companhias de elevarem os preços de óleos vegetais devido às preocupações com a inflação derrubaram a demanda por soja pela China no primeiro semestre.
As importações nos primeiros seis meses deste ano somaram 23,71 milhões t, queda de 8,1% sobre o mesmo período do ano anterior. "Grandes importações no ano passado ajudaram a construir estoques e afetaram as compras (no primeiro semestre), mas as importações são esperadas para se recuperar gradualmente neste ano", disse Zhang Yuehua, o chefe do setor agrícola do Ministério do Comércio.
Se a previsão se confirmar, o Brasil deverá se beneficiar já que é o segundo principal fornecedor de soja para a China, após os Estados Unidos. A oferta restrita de porcos devido aos altos preços e às epidemias afetaram a demanda por farelo na China e contribuíram uma inflação anualizada de 6,4% no mês passado.
O governo adotou uma série de medidas para melhorar a indústria de alimentação de suínos, incluindo a concessão de 100 iuans (US$ 15,5) para cada fêmea nascida para aumentar a oferta de animais e esfriar a inflação que é a maior em três anos.
Negociantes disseram que a demanda por farelo recuperou-se desde o mês passao, mas que pode levar algum tempo para os estoques serem consumidos. Participantes da indústria esperam que a demanda por oleaginosas se recupere no segundo semestre. A única questão é se a reviralvolta vai aparecer no terceiro ou quarto trimestre, disse um representante do Sinograin Oils Corp.
Negociantes estimam que as importações chinesas de soja em 2010 e 2011, iniciado em outubro, fiquem iguais ou ligeiramente maiores as do ano anterior, revertendo o declínio visto no primeiro semestre.
As importações de soja em 2010 2011 são estimadas em 51,6 milhões t, alta de 2,5% no ano, disse Zhang Jinjun, vice-diretor geral do departamento do departamento de oleaginosas da estatal COFCO Ltd.
China: CNGOIC mantém estimativas para produção e importação de soja do país
As estimativas do CNGOIC - Centro Nacional de Informação de Grãos e Óleos da China - para a produção e a importação de soja do país para as safras 2010/11 e 2011/12 foram mantidas.
As compras do primeiro ciclo ficaram em 53 milhões de toneladas, volume inalterado em relação à projeção de maio, porém, 1 milhão de toneladas menor do que o estimado em abril. Os números confirmam, portanto, uma demanda menos aquecida por parte da China em 2011. Entretanto, o volume é 5% maior do que as 50,3 milhões de toneladas da safra 2009/10.
Por outro lado, estima-se um avanço das exportações chinesas até o final deste ano e a continuação deste aumento até 2012, promovendo uma recuperação da demanda da nação asiática. O CNGOIC, para a safra 2011/12, projeta a compra de 57 milhões de toneladas.
Para a produção de soja da China, o órgão estima um total de 15,2 milhões de toneladas na temporada 2010/11 e 14 milhões de toneladas para 2011/12.
Fonte: Notícias Agrícolas + Reuters // Carla Mendes
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