Nesta terça-feira, os grãos negociados na Bolsa de Chicago encerraram o pregão noturno com leve alta e estendem seus ganhos para a sessão diuna. Sem novidades entre os fundamentos, as cotações seguem marcadas pela intensa volatilidade, se baseando em movimentos técnicos e nos números do relatório de acompanhamento de safra divulgado pelo USDA.
O cenário climático vem atuando fortemente no mercado de grãos da CBOT. No caso do milho, as cotações encontram suporte nas especulações de que o atraso no plantio deverá reduzir a produtividade das lavouras norte-americanas.
Para a soja, a sustentação vem da lentidão no ritmo da semeadura, que já se mostra atrasado em relação aos números do ano passado.
Já o trigo sofre com o excesso de chuvas que comprometem o plantio no Canadá e no Norte dos Estados Unidos e, por outro lado, com a seca excessiva que castiga a produção na área das Grandes Planícies e em alguns países produtores da Europa.
No entanto, essas condições climáticas adversas nos Estados Unidos que contribuem para um avanço dos preços ainda podem vir a pressionar a soja. Caso o clima continue desfavorável para o cereal, há a possibilidade de os produtores migrarem sua área para a soja, fato que poderia pesar sobre o mercado da oleaginosa.
Além disso, a soja precisa de fatos novos para poder encontrar um suporte mais firme em Chicago. Isso é necessário porque a demanda segue bastante fraca e o mercado espera esse aumento de área para a oleaginosa. O incremento da área de soja poderia, além de tudo, favorecer uma boa recuperação dos estoques.
Entretanto, apesar desse recente recuo da demanda, a China deverá adotar uma postura mais agrssiva à frente, aumentando suas importações.
Como explica Ricardo Lorenzet, especialista no mercado de grãos da XP Investimentos, nesse momento os agentes estão se buscando se beneficiar do cenário de incertezas e acabam se expondo de uma forma bastante limitada.
"A soja não teria muito espaço para altas, mas diantea da firmeza dos mercados vizinhos [milho e trigo] e do algodão, ela acaba seguindo o fluxo", diz Lorenzet.
Fonte: Notícias Agrícolas
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