Mesmo com a queda de 70 pontos no valor do bushel da soja, ontem (15) na Bolsa de Chicago, a tendência é que o preço do grão no mercado internacional siga o movimento de ascensão registrado nos últimos meses. Apesar do reflexo da catástrofe no Japão nas cotações dessa terça-feira, a entrada da safra brasileira não deverá abalar o mercado. A expectativa otimista foi manifestada pelo diretor executivo da Agroconsult, André Pessôa, que palestrou ontem no 22 Fórum da Soja, na Expodireto Cotrijal. Segundo ele, a escalada de preços não deverá constranger o crescimento do consumo mundial de grãos. No caso da soja, Pessôa projeta um valor mínimo em torno de 13 dólares o bushel, enquanto o do milho gravitará em 6 dólares o bushel. Já sobre o teto máximo, não arrisca palpite. "A oferta atual não é suficiente para fazer frente ao choque de demanda. Os preços tiveram alta em 2008. Agora, sobem e deverão ser crescentes nos próximos anos", opinou. A tendência é reforçada pelo mercado norte-americano, que chega às vésperas de um plantio com os estoques de passagem em nível crítico.
O otimismo contagiou o agricultor de Espumoso, Antônio Turatti, que ontem visitou os espaços dedicados à tecnologia no campo na Expodireto. Anotou as novas variedades apresentadas pelas empresas e fará testes em sua propriedade. "Vou para casa cheio de ideias e com a expectativa de plantar mais e melhor."
A qualificação da atividade é um dos caminhos para o crescimento, de forma moderada e planejada, que viabilizarão ao país assumir a dianteira na produção mundial de alimentos. "Os anos seguintes a 2005 permitiram postergar os problemas gerados pela crise. Mas, daqui para frente, é hora de resolver o que ficou pendente e criar possibilidades de investimentos", constata o diretor da Agroconsult. O único risco, segundo Pessôa, é o desequilíbrio nas relações de troca. "A questão é quanto ao custo de produção que pode subir, prejudicando os ganhos."
Fonte: Avicultura Industrial
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